Introdução
A documentação é um dos pilares fundamentais para a gestão eficaz de projetos de engenharia. No entanto, muitas empresas subestimam seu impacto e acabam enfrentando dificuldades na comprovação de seus direitos em eventuais disputas contratuais. Um caso real ilustra como a falta de registros adequados pode comprometer resultados financeiros e operacionais.
O Desafio da Arbitragem em Obras de Engenharia
Em disputas técnicas e jurídicas, como processos de arbitragem, a exigência de documentação é elevada. Profissionais envolvidos precisam estar extremamente preparados para apresentar provas técnicas que sustentem seus argumentos. Um exemplo marcante envolveu um cliente do setor de engenharia que executou uma obra de estaqueamento de grande porte e, ao final do contrato, percebeu que os resultados financeiros não correspondiam às expectativas.
O Papel do Early Case Assessment (ECA)
Diante da necessidade de ingressar na justiça, a empresa solicitou a elaboração de um Early Case Assessment (ECA), um estudo prévio para avaliar a viabilidade de um processo judicial. Inicialmente, a expectativa era reivindicar um montante de R$ 5 milhões. Entretanto, ao analisar a documentação disponível, percebeu-se que a metodologia utilizada para calcular o impacto financeiro não era sustentável.
A empresa havia adotado o método de Total Cost, que considera a diferença entre o custo estimado e o custo real da obra, independentemente da responsabilidade pelos desvios. No entanto, sem registros detalhados das condições de execução, a argumentação não se sustentava de forma robusta.
A Importância dos Registros de Produção
Para construir um caso sólido, foi aplicada uma metodologia baseada em Merrill Miles, que permite correlacionar o desempenho de equipamentos com fatores externos documentados. No caso em questão, ao analisar os registros de produção de uma escavadeira, verificou-se que sua produtividade variava ao longo do tempo: enquanto em alguns períodos atingia 110 m³/h, em outros operava a apenas 70 m³/h sem justificativa documentada.
Essa falta de registros comprometeu a capacidade da empresa de comprovar impactos operacionais e, consequentemente, de fundamentar sua reivindicação financeira. O valor inicialmente pretendido de R$ 5 milhões foi drasticamente reduzido para R$ 300 mil, devido à ausência de documentação adequada.
Conclusão
O caso evidencia um aprendizado valioso: a documentação sistemática é essencial para garantir segurança jurídica e financeira em projetos de engenharia. Empresas que adotam processos rigorosos de registro de produção, impactos operacionais e condições de execução têm maior capacidade de sustentar suas reivindicações em disputas contratuais.
A arbitragem e os litígios técnicos demandam preparação e comprovação documental robusta. Investir em boas práticas de gestão da informação desde o início de um projeto pode evitar prejuízos significativos no futuro. Afinal, na engenharia, registros bem estruturados são tão importantes quanto a execução da obra em si.
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